quinta-feira, 6 de março de 2014

CONFERÊNCIA INTERNACIONAL




A UNAIDS e a Cáritas International organizaram uma conferência intitulada "A expansão do tratamento do HIV", que aconteceu em Roma, em fevereiro de 2014. Eu fui convidado a falar na Conferência como coordenadora do Grupo AAVE (nosso Centro de Convivência em Goiânia para quem vive e convive com HIV/AIDS).

O objetivo da Conferência foi reunir organizações “com base na fé” (OBFs), multilaterais e bilaterais para discutir o estado atual do tratamento do HIV, rever a contribuição das OBFs e definir uma direção para o futuro. O tema da conferência coincideu com as recentes orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) que são para expandir o tratamento do HIV e AIDS e a "Iniciativa de Tratamento 2015" da UNAIDS, que é atingir 15 milhões de pessoas com tratamento até 2015.

Eramos cerca de cem participantes de todo o mundo, mas principalmente da África e da Ásia. Havia apenas duas pessoas da América Latina - as duas sendo de Goiânia. Um dos motivos para essa baixa representação Latina Americana foi o indioma Inglês utilizado na conferência, com tradução apenas em italiano e francês. Sendo que a Conferência foi para OBFs houve cardeais e bispos da Igreja Católica presentes e lideres de outras crenças. Os oficiais de alto escalão de UNAIDS incluíram três médicos brasileiros, inclusive Drº Luis Loures que é o diretor adjunto da UNAIDS.

Alguns dos principais aprendizados e reaprendizados para mim foram:  

  1. As crianças são as mais desfavorecidas em relação ao recebimento de tratamento. Duas em cada três crianças não têm acesso ao tratamento e não há nenhuma razão científica ou técnica para essa desigualdade. 
  2. HIV e AIDS são ambos evitável e tratável. Não há uma cura nem existe uma vacina, mas há tratamento que tem de ser acessível a todos - o acesso universal. 
  3. Ainda há discriminação generalizada contra aqueles que vivem com HIV e isso interfere com o tratamento. Homens que fazem sexo com homens (HSH), pessoas que usam drogas injetáveis ​​e populações confinadas são seriamente deixado atrás em relação ao tratamento. Devem ser incluídos e tratados com dignidade e respeito.

Durante a Conferência fomos lembrados que a OMS passou a incluir a espiritualidade como um aspecto essencial do tratamento e que o tratamento envolve mais do que medicamento. Deve incluir alimento, apoio e cuidado. Também fomos lembrados a respeito dos cortes no financiamento e a integração que está acontecendo em nivel mundial. Os governos devem ser desafiados a investir em tratamento.

A direção para o futuro que elaboramos incluiu a necessidade de:  

  1. ser responsável;
  2. colaborar e cooperar com outros no campo; 
  3. documentar ações e resultados; 
  4. usar uma abordagem holística e 
  5. continuar advocacy.

Fonte: Irmã Margaret Hosty (Grupo AAVE/Pastoral da Aids)






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