A UNAIDS e a Cáritas International organizaram uma
conferência intitulada "A expansão do tratamento do HIV", que
aconteceu em Roma, em fevereiro de 2014. Eu fui convidado a falar na
Conferência como coordenadora do Grupo AAVE (nosso Centro de Convivência em
Goiânia para quem vive e convive com HIV/AIDS).
O objetivo da Conferência foi reunir organizações “com
base na fé” (OBFs), multilaterais e bilaterais para discutir o estado atual do
tratamento do HIV, rever a contribuição das OBFs e definir uma direção para o
futuro. O tema da conferência coincideu com as recentes orientações da
Organização Mundial da Saúde (OMS) que são para expandir o tratamento do HIV e
AIDS e a "Iniciativa de Tratamento 2015" da UNAIDS, que é atingir 15
milhões de pessoas com tratamento até 2015.
Eramos cerca de cem participantes de todo o mundo, mas
principalmente da África e da Ásia. Havia apenas duas pessoas da América Latina
- as duas sendo de Goiânia. Um dos motivos para essa baixa representação Latina
Americana foi o indioma Inglês utilizado na conferência, com tradução apenas em
italiano e francês. Sendo que a Conferência foi para OBFs houve cardeais e
bispos da Igreja Católica presentes e lideres de outras crenças. Os oficiais de
alto escalão de UNAIDS incluíram três médicos brasileiros, inclusive Drº Luis
Loures que é o diretor adjunto da UNAIDS.
Alguns dos principais aprendizados e reaprendizados para
mim foram:
- As crianças são as mais desfavorecidas em relação ao recebimento de tratamento. Duas em cada três crianças não têm acesso ao tratamento e não há nenhuma razão científica ou técnica para essa desigualdade.
- HIV e AIDS são ambos evitável e tratável. Não há uma cura nem existe uma vacina, mas há tratamento que tem de ser acessível a todos - o acesso universal.
- Ainda há discriminação generalizada contra aqueles que vivem com HIV e isso interfere com o tratamento. Homens que fazem sexo com homens (HSH), pessoas que usam drogas injetáveis e populações confinadas são seriamente deixado atrás em relação ao tratamento. Devem ser incluídos e tratados com dignidade e respeito.
Durante a Conferência fomos lembrados que a OMS passou a
incluir a espiritualidade como um aspecto essencial do tratamento e que o
tratamento envolve mais do que medicamento. Deve incluir alimento, apoio e
cuidado. Também fomos lembrados a respeito dos cortes no financiamento e a
integração que está acontecendo em nivel mundial. Os governos devem ser desafiados
a investir em tratamento.
A direção para o futuro que elaboramos incluiu a
necessidade de:
- ser responsável;
- colaborar e cooperar com outros no campo;
- documentar ações e resultados;
- usar uma abordagem holística e
- continuar advocacy.
Fonte: Irmã Margaret Hosty (Grupo AAVE/Pastoral da Aids)
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